por Ana Paula Soeiro.
Cantinho da Poesia - Edição de Junho de 2022.
Nesta edição: Daiana Balis, Cláudio Miranda, Cláudia Orquídea, Angelina da Conceição, Jorge Cosendey, Lindacy Menezes, Leda Lúcia, Vera Alves, Regina Rodrigues e Ana Paula Soeiro.
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A Flecha de Amor.
Daiana Balis.
O arqueiro apenas observa o alvo O amor dispõe de tempo A coragem revela suas emoções No momento exato da busca Revive os sentimentos de certeza na mira A velocidade na espera de realizações O amor cogita, os sentimentos temem a felicidade Flecha ao ar, prende a respiração ofegante O arqueiro do amor, não erra! Em síntese, o alvo não mais importa Todo arqueiro do amor tem sabedoria O cerco atravessa o limite do objeto E revela-se no olhar do arqueiro O alvo encoberta o desejo do certo O amor na flecha do medo que mira O alvo reconhece o amor.
Poeta Cláudio Miranda.
Minha Eterna Namorada
Cláudio Miranda.
Chama-me de meu amor!
Dê-me um beijo por favor!
Ainda não escutou o grito do meu pensamento?
Ele está assim...
Gritando a todo momento: " Te amo! Te amo! Te amo!"
Sairei para comprar flores e uma caixa de bombom.
Hoje é um dia tão bonito, meu amor, minha paixão.
Hoje é Dia dos Namorados e jamais vou esquecer.
Já acordei gritando, em pensamento: " Te amo! Te amo! Te amo!"
Irei gritar em pensamento dia, noite e até de madrugada.
Mas bom mesmo vai ser dizer bem baixinho em seu ouvido:
-te amo, te amo, te amo.
Minha eterna namorada
Poetisa Cláudia Orquídea.
Egos à Flor da Pele.
Cláudia Orquídea.
Egos, egos, egos à flor da pele,
O meu, o seu, o nosso!
Egos, egos, há flores da estufa, na minha, na sua na deles horta. Corta!
Egos, egos, ecos, que todos gritam e ninguém os ouve!
Egos loucos, egos profanos, egos malditos!
Que egos sem logos, egos cinzas, egos cegos.
Porém, ainda há entre poucos egos, os egos tímidos, silenciosos,
Aqueles que aparecem sob forma de gestos!
Os nobres egos atentos ao frio, a fome, ao abandono, ao grito da solidão, ao escuro...no choro da morte que acenou um adeus.
Quem se importa com seu ego? Quando todo o tempo só os ponteiros lhe servem a priori? Soltei os meus egos, a minha face descobriu a vida! Mostrou-me em meu peito, por trás da ferida, ali na vitrine que bate, o que pede a cerca por deverás a tua vaidade. Ser ao outro a extensão de si mesmo.
Acordei, logo vivi!
Poetisa Angelina da Conceição.
ROSAS VERMELHAS
Angelina da Conceição.
Tarde de outono,
Fria, de domingo.
Dia dos namorados
Saudades, trago comigo.
Prendi os pensamentos,
no galho da roseira,
eram lembranças...
de uma vida inteira.
Rosas vermelhas
ficaram mais viçosas.
Pensamentos revelaram
de forma carinhosa
que elas foram mensageiras,
Do amor, em buquê de rosas.
Poeta Jorge Cosendey.
O Céu é a Vida.
Jorge Cosendey.
Na noite passada
Fui jogado fora da atmosfera
Fiquei vagando pelo espaço
Não era sombrio
Não havia estrelas
Não vi o buraco negro
Estive perto dos anéis
Senti muito frio
Pisei no barro vermelho
Passeei nos asteroides
Bati a cara em vários lixos
Tive a certeza da pequenez
Estava no infinito e fixo
Aquilo existe e eu estou lá
Dentro e perdido no nada
Aquilo é o tudo e o todo!
Eu não queria voltar
Mas a Terra é a minha prisão
Nela tenho que pagar
A liberdade está próxima
Quando senti um calor, explosão...
Pensei que era o inferno
A claridade rasgando minha face
Um fio na fenda da janela
Acordei! Que pena!
Poetisa Lindacy Menezes.
Socorro.
Lindacy Menezes.
Sou um céu estrelado
Sou a lua que brilhar
Sou o sol que aquece a terra
Sou a chuva que cai germinando sementes
Dando vida a vida das vidas
Sou o vento que passa levando comigo as nuvens de gelo Soprando as poeiras das estradas por onde passo
Sou a nascente e sigo caminhos de rios a mares
Dou vida aos peixes que pulam e nadam
Seguindo seus destinos
Sou o pássaro que voa a procura de uma árvore robusta Com folhas e galhos para fazer a minha morada
E procriar a minha ninhada
Sou eu que dou flores aos campos, frutos e vegetais
Sofro e grito com meus rios e riachos poluídos
Preciso de amor, carinho e atenção sem mim o mundo perde a graça, a cor e a beleza
Me ajudem
Sou a natureza calma e mansa
Surjo do nada à procura do tudo.
Socorro.
Poetisa Leda Lúcia.
Gente que é Gente.
Leda Lúcia.
Eu gosto de gente que é gente.
Gente que faz com prazer
Desde um café pela manhã
Como um prato sofisticado aos domingos.
Eu gosto de gente que faz
Uma boa amizade e sabe
Conservá-la e dá o amparo necessário.
Eu gosto de gente que ama,
Gente que gosta de ser amada,
Viver a vida do jeito que ela vier
E aceitá-la como benção de Deus.
Eu gosto de gente.
Gosto de gente que é gente.
Poetisa Vera Alves.
A Gente Aprende.
Vera Alves.
A gente aprende
Nada de culpas
Recomece
Seja grato
Seja luz
Ilumine onde a escuridão cega.
O novo dia é sempre um presente divino.
Aceite o presente.
O maior de todos: A vida.
Bata seus pés no chão, sem pirraça.
Bata no compasso da Terra.
Principie o escutar do coração da Mãe Gaia.
Receba o sol e seus raios de esperança.
A lua que cuida das emoções.
As pérolas do mar representando todos os milagres da vida.
Traga para o agora, a voz doce do seu coração.
Acordei!
Tem um EU Maior aí.
Deixe emergir. Brilhe!
Não deixe passar a oportunidade.
Mas tem que lembrar: Tudo Passa.
Vá agarre-se no poder dá vontade.
Vá....
Siga ....
A gente aprende.
Poetisa Regina Rodrigues.
Gosto de Escrever Dia a Dia.
Regina Rodrigues.
Com letras miúdas, a covardia, a violência e o desamor.
Que tanto me causam angústia e dor.
Com letras grandes e brilhantes, escrevo sobre o amor.
Que é o sentimento que me impulsiona a viver e a conviver
Com meu irmão.
Com letras garrafais, para que todos os olhos alcancem,
E todos os corações se abram.
Escrevo sobre Deus; poderoso, bondoso e misericordioso.
Que é a minha Luz e Salvação.
Com a alma preenchida da presença amorosa do Pai,
Deixo de lado o lápis e a folha de papel.
E a Ele, elevo uma oração de gratidão pelo dom da minha vida.
Meu sonho de ouro do cotidiano é o mesmo de Deus.
Que amemos uns aos outros, como Ele nos amou.
Porque só o amor prevalece.
Poetisa Ana Paula Soeiro.
À Espera.
Ana Paula Soeiro.
Aguardo um sussurro
Que fenda essa alma
Incorrupta e má
Fatigada de silêncios
Aguardo a voz
Que adentre o rasgo
Na impiedosa solvência
Do cristal de mágoa
Aguardo o grito
Que margeie o destino
À alvorada
De quem só queria amar.
Poetisa Daiana Balis.
Declaração de Amor ao Acaso.
Daiana Balis.
A viagem veio meio sem querer ir
O tempo era de incertezas...
Mas o amor não marca encontros com os acontecimentos.
Ela já seguia no trem jogando as malas.
ali mesmo deitada tão displicente e generosa
Já eram novas as condutas
O povo cheirava a folhagem mastigada,
Aconchegados nas saias coloridas.
Aqueciam o corpo sem calcinhas,
Amontoados e risonhos, carregados de caminhos.
O abacate comido com o sal rumo ao aventureiro.
A noite das pousadas estranhas e pequenas.
Avistou entre os cobertores pendurados,
O varal de mar aberto ao frio da transpiração ofegante.
Os olhares do Moreno.
Pensou dizer ao gelo, congela-me, ata-me aos pés!
E sem culpa, sem companhia, declarou-se muda.
A noite de expectativas no luar,
Adentrou a pequena janela.
E veio acordar a cama, como a arrancar o sono,
como procura o banho da Lua,
Na noite gélida e brilhante,
O lindo e redondo sonho, fez-se miragem!
O homem do desejo singelo, abriu-se à porta.
O pensante apoderou-se do meu lado!
E ela agarrada à paisagem...
Como dois amantes acorrentados
O lado era tão rente de vontades!
Que os olhares eram para a frente do mundo.
A lua rindo denuncia o silêncio mais amante.
E os desejos flutuantes...
O amor fez-se no céu de estrelas.
O calor era insuportável!
As portas ruidosas calaram-se,
O encontro de onde o mundo parou,
Finalmente aconteceu ao acaso.
Poemas são os combustíveis das nossas caminhadas!
Gostei muito (@luizletras)!