Ieda Thomé.
Editora do Guarazão.
EDITORIAL ED 192.
Nós, mulheres e idosas, continuamos a sofrer a mesma discriminação que
sofríamos nos séculos passados. Tanta coisa mudou, já temos direito ao voto, a
vestir calças compridas no lugar das saias, a trabalhar em profissões antes só
de homens... Mas, a discriminação continua. Basta ver uma mulher idosa em
uma posição de destaque para logo começar a atirar pedras. O que é necessário
que se faça para acabar com essa diferença? Será que precisamos reeducar
nossos filhos?
É tanta desvalorização e falta de respeito pela pessoa idosa! Será
que há o desconhecimento da lei e dos direitos dos cidadãos mais velhos? Ou é
uma equivocada convicção de que os idosos não têm mais sentimentos? Os
números que chegam ao Disque Denúncia são apenas a ponta do iceberg que
esconde a violência contra a pessoa idosa no nosso país. Infelizmente existe
uma ideia incorreta de que os familiares e as instituições têm legitimidade para
decidir em nome das pessoas idosas, há, na verdade, uma sensação de
segurança para cometer violência, relacionada a certeza de que a pessoa idosa
não poderá sair de casa ou ter contato com terceiros.
Essa sensação de impunidade é uma grande responsável pelo aumento dos casos no nosso país. E, esta situação se deve a alguns fatores, tais como: dependência ou vergonha
ou medo da vítima em apresentar queixa (muitas das vezes, por ser proveniente
do próprio filho). O desconhecimento de que essas práticas constituem crime e
que os seus autores podem ser punidos severamente, também.
O idoso, muitas vezes, por ingenuidade, delega a outra pessoa a gestão dos seus rendimentos e da sua pessoa, não tomando as devidas precauções. Está mais do que na
hora, dos idosos tomarem as rédeas de suas vidas! É claro que há exceções!
Mas, o idoso que ainda está em sã consciência dos seus atos, precisa de
orientação para não cair nos contos do vigário, criados pelos próprios familiares
ou colegas de trabalho. Vamos rever os procedimentos e agir para que qualquer
interferência seja passível de criminalização. E que não nos olhem como se
fossemos seres de outro mundo, quando só temos mais experiência.
Comments