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Editorial: Agosto 2022. Edição 192.







Ieda Thomé.

Editora do Guarazão.







EDITORIAL ED 192.


Nós, mulheres e idosas, continuamos a sofrer a mesma discriminação que

sofríamos nos séculos passados. Tanta coisa mudou, já temos direito ao voto, a

vestir calças compridas no lugar das saias, a trabalhar em profissões antes só

de homens... Mas, a discriminação continua. Basta ver uma mulher idosa em

uma posição de destaque para logo começar a atirar pedras. O que é necessário

que se faça para acabar com essa diferença? Será que precisamos reeducar

nossos filhos?


É tanta desvalorização e falta de respeito pela pessoa idosa! Será

que há o desconhecimento da lei e dos direitos dos cidadãos mais velhos? Ou é

uma equivocada convicção de que os idosos não têm mais sentimentos? Os

números que chegam ao Disque Denúncia são apenas a ponta do iceberg que

esconde a violência contra a pessoa idosa no nosso país. Infelizmente existe

uma ideia incorreta de que os familiares e as instituições têm legitimidade para

decidir em nome das pessoas idosas, há, na verdade, uma sensação de

segurança para cometer violência, relacionada a certeza de que a pessoa idosa

não poderá sair de casa ou ter contato com terceiros.


Essa sensação de impunidade é uma grande responsável pelo aumento dos casos no nosso país. E, esta situação se deve a alguns fatores, tais como: dependência ou vergonha

ou medo da vítima em apresentar queixa (muitas das vezes, por ser proveniente

do próprio filho). O desconhecimento de que essas práticas constituem crime e

que os seus autores podem ser punidos severamente, também.


O idoso, muitas vezes, por ingenuidade, delega a outra pessoa a gestão dos seus rendimentos e da sua pessoa, não tomando as devidas precauções. Está mais do que na

hora, dos idosos tomarem as rédeas de suas vidas! É claro que há exceções!

Mas, o idoso que ainda está em sã consciência dos seus atos, precisa de

orientação para não cair nos contos do vigário, criados pelos próprios familiares

ou colegas de trabalho. Vamos rever os procedimentos e agir para que qualquer

interferência seja passível de criminalização. E que não nos olhem como se

fossemos seres de outro mundo, quando só temos mais experiência.

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